quarta-feira, janeiro 27, 2010

Alguma consideração

E o mundo daquele “bóia-fria” era a faca, a foice e o eito, desde o nascer ao pôr do Sol;
E pingava suor, sangue e dor.
Saudade de quem ficou, sob as duras penas, o sol, o patrão, a exploração e a fome ditavam as regras de todos os dias.
É o corpo desgastado, a violência no lar, o preconceito por ser mulher, o preto e do pobre.
É sob a dominação do trabalhador canavieiro que o etanol transforma-se numa vitrine política ideológica do país, já que o agro-combustível é a solução do país, né?! Uma infeliz “solução” conquistada com mortes por exaustão, baixos salários por produção, exploração, precárias condições e a danação daquele que um dia sonhava em ganhar um dinheirinho para “fazer a vida”.
Que dinheirinho quê nada?! É para a mera sobrevivência...e olhe lá?!
Estamos falando em 10 e 14 toneladas por dia no corte da cana, em que recebe-se um mero salário mínimo no final do mês.

E para o “bom trabalhador”, segundo o patrão, (claro), aquele canavieiro que consegue 15 toneladas diárias de cana, ganha um 'liquidificadorzinho' como prêmio, enquanto o lucro, a mais- valia do usineiro é exorbitante e estratosférica.
É sob o sol, o ritmo da produção e as precárias condições de segurança e higiene que o trabalhador do corte da cana se submete dia após dia. Ele não tem opção, já que a educação é falha, sempre foi falha neste país!! Houve mudanças nesses últimos 8 anos, em relação ao que era antigamente, mas falta ainda muito a avançar.

Exaustão, baixos salários, invisibilidade do indivíduo, dominação, exploração e muitos resquícios do período das senzalas.
Tudo isso ainda faz parte do pano de fundo do crescimento do país! Até quando?

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