quinta-feira, maio 29, 2008

Deu a louca no Chapéu...pra descontrair



*
Diferentes Maneiras de Contar a Mesma Estória*


*Chapeuzinho Vermelho na Imprensa*



JORNAL NACIONAL
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'.
(Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.

PROGRAMA DA HEBE
(Hebe Camargo): '... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'

BRASIL URGENTE
(Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo
mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.'

REVISTA VEJA
Lula sabia das intenções do lobo.

REVISTA CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos
lobos no caminho.

REVISTA NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

FOLHA DE S. PAULO
Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'.
Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.

ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó

REVISTA CARAS
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada,eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'

PLAYBOY
(Ensaio fotográfico no mês seguinte)
Veja o que só o lobo viu..

REVISTA ISTO É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

G MAGAZINE
(Ensaio fotográfico com lenhador)
Lenhador mostra o machado

SUPER INTERESSANTE
Lobo mau! mito ou verdade ?

DISCOVERY CHANNEL
Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver

quarta-feira, maio 28, 2008

Anistia destaca abusos no setor canavieiro

Segundo reportagem da BBC, estampa noticiário no site da Globo.com de hoje.

Para a Anistia Internacional, o Brasil está na "lista negra" de países que exploram a mão de obra, no setor canavieiro, principalmente.

Notícia foi divulgada hoje, e mais uma vez salienta a preocupação de instituições nos abusos e exploração da mão-de-obra rural, da mesma forma que esse blog tem pautado o assunto.
Eis a reportagem:

Relatório da Anistia destaca abusos no setor canavieiro

ONG reconhece importância do setor para o Brasil, mas pede mais fiscalização.

Preocupações com abusos de direitos humanos no setor de cana-de açúcar - base para a produção do etanol no Brasil - aparecem pela primeira vez em um relatório anual da Anistia Internacional (AI).


"Trabalho forçado e condições de trabalho exploradoras foram registrados em muitos estados, inclusive no setor de cana-de açúcar, que cresce rapidamente", diz o relatório anual de 2008, com dados referentes a 2007, divulgado nesta quarta-feira (28).


O documento cita casos de resgates feitos pelo Ministério do Trabalho no ano passado, como a retirada de 288 trabalhadores de seis plantações de cana-de açúcar em São Paulo, de 409 resgatados de uma destilaria de etanol no Mato Grosso do Sul e a libertação de mais de mil em condições "análogas à escravidão" em uma plantação da fabricante de etanol Pagrisa, no Pará.


Tim Cahill, porta-voz da organização para o Brasil, diz reconhecer o "papel importante" que o setor tem no crescimento econômico do Brasil, mas que é fundamental que isso não aconteça às custas de violações de direitos humanos.


"É importante que o governo brasileiro comece a regulamentar esse setor, a realmente policiar. Nós sabemos que existe algum policiamento por parte do Ministério Público e do Ministério do Trabalho, mas é preciso ser mais forte", afirmou Cahill.


A organização prepara um estudo sobre o impacto do crescimento da agroindústria como um todo sobre a questão dos direitos humanos no Brasil. Além da cana-de açúcar, os setores madeireiro e de produção de laranja também são alvo da investigação.


No relatório anual, a Anistia também afirma que o papel internacional do Brasil como defensor de direitos humanos pode perder credibilidade se o país não conseguir implementar medidas que produzam benefícios dentro de casa.


"Países como o Brasil e o México têm tido posições fortes em defender direitos humanos internacionalmente e em apoiar o sistema da ONU. Mas, a não ser que a distância entre as políticas internacionais desses governos e o seu desempenho doméstico seja diminuída, a credibilidade desses países como defensores de direitos humanos será questionada", diz o documento.


Tim Cahill lembra que o Brasil lutou, por exemplo, pela criação do Conselho de Direitos Humanos da ONU e foi um dos primeiros países a aceitar se submeter a um sistema de análise das condições internas pelo órgão.


Por outro lado, segundo ele, o país teria continuado a não responder a questões importantes, como "por que que a polícia continua a matar e por que que continua a torturar".


"Nós reconhecemos que o Brasil tem um papel importante a desempenhar a nível internacional em relação às reformas e aos avanços internacionais na luta pelos direitos humanos, mas nós continuamos a pressionar para que o país faça coisas concretas para seus próprios cidadãos", disse Cahill.



sexta-feira, maio 23, 2008

prosa de um canavieiro II

A resignação refletida naquele olhar
naquele dia, naquela tarde,
em que o sol já se ia
e a lona negra era estendida
sim, cabana sobre chão de terra batido
vento da zona da mata
que anunciava chuva à vista

o ônibus passa na estrada
recolhendo o trabalhador daquele dia
que deixou seu suor e esperança
naquela terra de muita fartura e desigualdade
pra trazê-lo de volta amanhã
e prosseguir com trabalhoso destino do domínio.

o caminho de volta pra casa é longo
por que a fome e sede chega de vez em quando
e traz na lembrança muita dor de um dia que faltou
calor da mulher e filhos
que um dia ele deixou
em busca de melhor dignidade e condição humana.

talvez isso tudo seja utópico
que assim seja!

Por que isso hoje é pesadelo aqui na terra
terra pra poucos vivê com alegria
por que com o outro resto
ninguém mais se importa!

que seja utópico!
que seja um grito apaixonado!
melhor viver na sede por dias melhores
do que na sombra do conformismo.

Gritemos então,
façamos um pouco, façamos muito,
a nossa parte;
por que não fazer nada é resignar-se,
é aceitar e percorrer doloroso trajeto.
Eu não quero isso pra nenhum irmão meu,
Sonhemos então, por que a realidade é amarga pra muitos
e enquanto sonhemos
caminhemos para um amanhã um pouco mais real.

Cris

Cinema: "E se o mundo combinasse, de um dia para o outro, parar de trabalhar?"



"Neste mundo utópico, essas vozes são caladas pelo povo, que adere em massa à greve e se recusa a retornar ao sistema capitalista"


No filme "O Ano 01" a força de 1968 é quem dita os anseios.


Produzido no início dos anos 70, com múltiplas referências à estética HQ, filme de Jacques Doillon imagina uma greve geral contra o capitalismo. Contra-sistema, contracultura, contra-cinema. Deliciosa, absurda e irreverente anarquia, indispensável quando o sistema se pretende avassalador.




Você já parou para pensar, se determinado dia, todos os trabalhadores do mundo parassem! Se os bancos não funcionassem, se os mêtros e ônibus não circulassem, e as lojas fechassem? Imaginou se isso acontecesse no mundo inteiro. Se as Universidades que produzem seu conhecimento em prol aos "benefícios" do sistema não funcionassem? Eis uma dica de cinema bacana, que pode ser vista, no Youtube, em vários vídeos.
Pois é isso que Jacques Doillon propôs em sua película.

"E se o mundo combinasse, de um dia para o outro, parar de trabalhar? "
Acima segue o link do vídeo.


A produção data de 1972, portanto, ainda no calor do maio de 68, dos ideais dos jovens e do movimento hippie. Engraçado notar que essa colagem enlouquecida passa a constituir um verdadeiro documento histórico (sobre a ascenção da prática de liberdade e igualdade) e ideológico (sobre o desenvolvimento das idéias que permitiram esses eventos de se produzirem).


A anarquia de Doillon e da época não se baseia no contra-governo a na tomada de poder, mas na idéia anterior (e um tanto romântica) de ausência de poder. Nesse pensamento, a terra (agricultura) oferece tudo que o homem precisa. Logo, não haveria desejo de enriquecimento. O dinheiro perderia sentido e o trabalho se reduziria ao mínimo necessário para o consumo.


Logicamente, sempre há aqueles — patrões, presidentes — que pedem um retorno à norma e pensam na possibilidade de se aproveitar da situação para voltar a estocar produtos e constituir monopólio em seus ramos de produção. Entretanto, neste mundo utópico, essas vozes são caladas pelo povo, que adere em massa à greve e se recusa a retornar ao sistema capitalista.


Doillon leva sua proposta às últimas conseqüências e visualiza todos os efeitos dessa paralisação na sociedade: quebra das bolsas de valores norte-americanas (em cena dirigida pelo convidado Alain Resnais), melhora de vida nas colônias africanas (cena filmada por Jean Rouch), o fim da idéia de propriedade e posterior abolição das prisões, produção artística renovadora e mesmo um pequeno Museu de “objetos inúteis” ligados à vida consumista, como lustres e máquinas de lavar.


O filme termina nesse ritmo intenso de amor livre, cultura revolucionária e ideologia anarquista global. Pelo menos aqui, os eventos históricos não vêm dissolver o movimento, e nenhuma pressão põe em cheque o futuro do grupo. É difícil não se contaminar, quase 40 anos depois, pelo tom febril dessa nova sociedade que nos parece, na época de um capitalismo cada vez mais avassalador, de um absurdo deliciosamente cômico.


L’An 01 (1973)

Filme francês dirigido por Jacques Doillon (com Alain Resnais e Jean Rouch).

Com Cabu, François Cavanna, Gérard Depardiu, Gerard Junot etc.

Duração: 1h27.

quinta-feira, maio 22, 2008

prosa de um canavieiro


Todo dia, mais um dia
de sol rachando o coco
de água quente na cumbuca
água de ontem pra gente bebe.



Patrão conta o tempo de descanso,
traz máquina pra competir com humano,
faz do chão seu domínio
aquele mesmo chão em que eu ando.



O sol do ínício do dia
anuncia que muita cana vai no meu lombo,
e muita saudade do meu canto
da minha terra que deixei
e pra lá algum dia eu volto,



O facão e a foice são meus poucos companheiros
que cravam marcas de calos nos meus dedos,
dessa lavoura que ainda eu deixo
por um destino menos ermo.




O in itinere da minha volta é ainda árduo,
cansaço e suor me guiam
no longo percurso que pra casa faço,
na certeza de que no raiá da madrugada
volto pra penoso trabalho de cão,
que um dia sonhei encontrá a liberdade
e que hoje suporto a tudo tão resignado.
Cris

quarta-feira, maio 21, 2008

Saiu no Financial Times...



Hoje (21/01/08) o jornal Financial Times publicou um artigo muito interessante sobre as condições de trabalho dos canavieiros aliado ao crescimento do uso do etanol. Importante a sacada do artigo, pois sob a óptica do jornal do Reino Unido, que pontua tanto o crescimento do biocombustível, às precárias condições de trabalho e os baixos salários dos canavieiros. Uma boa "cutucada" no formigueiro! segue abaixo.
abraços


21/05/2008

Práticas ambientais e trabalhistas condenáveis maculam a indústria de etanol do Brasil


John Rumsey e Jonathan Wheatley
Luís Oliveira e a sua equipe acordam antes do amanhecer para embarcar em um ônibus velho que os leva à Fazenda Água Doce, uma propriedade produtora de cana-de-açúcar na região central do Estado de São Paulo, onde o calor freqüentemente supera os 40ºC. Eles cortam cana manualmente, usando o podão, uma ferramenta parecida com um facão, cuja aparência não mudou muito desde que foi inventada.

Os intervalos para beber água são curtos, e a comida é exígua e nada apetitosa.
Esta situação tem gerado muitas críticas da União Européia, que alega que o Brasil, o maior exportador de etanol do mundo, é um reduto de práticas trabalhistas e ambientais condenáveis. Tais críticas e a tarifa de 0,19 euro (US$ 0,29) por litro que a União Européia impõem sobre o etanol brasileiro estão prejudicando uma indústria que o Brasil deseja promover como uma alternativa verde aos combustíveis fósseis. Stavros Dimas, comissário ambiental da União Européia, declarou recentemente que as cotas planejadas de biocombustível da União Européia devem estar subordinadas a "preocupações de ordem ambiental e social", o que fez com que o ministro das Relações Exteriores do Brasil ameaçasse reclamar formalmente junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores brasileiro também advertiu no início deste mês que o governo cogitaria tomar uma ação no âmbito da OMC caso os Estados Unidos aprovassem uma legislação mantendo as tarifas de US$ 0,54 (0,34 euro) sobre o galão do etanol importado e preservassem os créditos fiscais reduzidos de US$ 0,45 o galão aos fabricantes norte-americanos de etanol. É praticamente certo que esta lei será aprovada nas duas casas do Congresso dos Estados Unidos por ampla maioria.

Os brasileiros dizem que as críticas às práticas agrícolas do país muitas vezes não passam de tentativas mal camufladas de proteger as indústrias domésticas dos países que criticam o Brasil. "Que padrões sociais e ambientais a União Européia impõe a atuais fornecedores de energia como Nigéria, Venezuela, Irã e Iraque?", questiona Ingo Plöger, ex-diretor do fórum regional Mercosul-União Européia. Mas o governo indicou que está disposto a negociar com a União Européia, em parte em resposta às críticas de que o Estado de São Paulo - que responde por 80% do produto interno bruto brasileiro - está criando leis para melhorar as condições trabalhistas e eliminar o corte manual da cana dentro dos próximos quatro anos. No entanto, a mecanização não é bem recebida pela maioria dos 300 mil trabalhadores dos canaviais, já que para eles isso significará agora a limitação do poder de negociação salarial e, em breve, desemprego. Elio Neves, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais de São Paulo, em Araraquara, cidade próxima à Fazenda Água Doce, no coração da área de cultivo de cana, diz que os salários estagnaram-se nos últimos anos, e que os trabalhadores recebem apenas R$ 2,80 reais (US$ 1,46) por metro quadrado de cana cortado, o que significa que ganham menos de R$ 30 por dia em média neste país. As altas metas de produção transformaram a força de trabalho. Há 20 anos, havia um equilíbrio entre homens e mulheres, e jovens e velhos. Atualmente, a maioria dos trabalhadores não tem condições físicas para trabalhar depois dos 35 anos de idade, e as mulheres praticamente desapareceram dos canaviais.

Os trabalhadores da Fazenda Água Doce - o mais velho, de 51 anos, é um caso excepcional - fizeram greve várias vezes no ano passado, apresentando reclamações que, segundo Neves, são típicas. Eles afirmam que os salários são miseráveis, e estão convencidos de que são vítimas de trapaça na hora da pesagem da cana cortada.
"Não temos permissão para ver aquilo que cortamos sendo pesado. Por quê? Porque os proprietários nos roubam", reclama Oliveira. Mesmo assim, a maioria dos trabalhadores da Fazenda Água Doce carece de educação para trabalhar em outro setor, e alternativas como a marcenaria e trabalhos temporários são poucas.

As perdas são especialmente prejudiciais para as economias de Estados mais pobres como o Maranhão e o Piauí, que dependem fortemente do envio de dinheiro dos migrantes que vão para o sul para trabalhar na temporada de corte da cana, que dura cinco meses.
A redução dos danos ambientais - uma outra fonte de críticas feitas no exterior - também é uma questão cheia de controvérsias. Marcelo Furtado, diretor do Greenpeace Brasil, afirma que a expansão das áreas plantadas com cana-de-açúcar empurrará outras culturas para regiões ecologicamente sensíveis. O governo diz que está respondendo a tais preocupações com medidas como um decreto que proíbe o plantio em certas áreas da Amazônia e do Pantanal Matogrossense. Uma pesquisa feita pela Conab, uma agência do governo que coleta dados do setor agrícola, revela que cerca de 653 mil hectares de terra foram transformados em canaviais no ano passado, dos quais quase 90% correspondiam a áreas anteriormente ocupadas por pastagens e plantações de milho ou soja.

Ainda há muita área para expansão: o Brasil possui cerca de sete milhões de hectares de terras plantadas com cana-de-açúcar, dos quais três milhões de hectares são usados para a produção de etanol, comparados a 200 milhões de hectares utilizados para pastagens, cerca de 21 milhões de hectares para a soja e 14 milhões de hectares para o milho. Mas David Cleary, diretor dos programas de conservação para a América do Sul da The Nature Conservancy, um grupo ambientalista internacional, afirma que ninguém sabe ainda se as iniciativas do governo serão bem sucedidas. Uso do biocombustível "inteligente" chegou a um ponto de virada O antigo programa de biocombustível do Brasil, que remonta à década de 1970, é cada vez mais visto com admiração e uma dose de suspeita pelo mundo desenvolvido. O gigante latino é o líder global da área, e os biocombustíveis são muito utilizados no país para o transporte.

As vendas dos populares veículos bicombustíveis, que funcionam com gasolina ou álcool, deram um salto, e no ano passado representaram 72% do total de automóveis vendidos, comparados a meros 3% em 2002.
O etanol brasileiro, feito com cana-de-açúcar, é mais barato e mais eficiente sob o ponto de vista energético do que a versão produzida a partir do milho, que é comum nos Estados Unidos, onde o amido precisa ser convertido em açúcares antes de ser destilado. A complexidade do processo significa que o etanol baseado no milho gera emissões de carbono que são apenas de 10% e 20% menores em relação ao petróleo. Já o etanol de cana-de-açúcar possibilita uma redução das emissões entre 87% e 96%.


Segundo o ministro da Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, o programa do país reduziu a dependência brasileira do petróleo e diminui significativamente as emissões de gás carbônico.
De acordo com Amorim, o Brasil apresenta um dos melhores índices de emissões de gás carbônico per capita do mundo, com 1,76 tonelada por ano, contra uma média mundial de 4,18 toneladas. Nathaniel Jackson, funcionário graduado do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington, afirma que o banco apóia o desenvolvimento de combustíveis "inteligentes", tais como o etanol brasileiro feito com cana-de-açúcar. "Eu não chamaria o etanol feito de milho de biocombustível 'burro', mas os relatórios revelam que a conversão do milho em etanol está afetando o preço dos alimentos", adverte Jackson. "Ele enxerga um mar de mudanças no decorrer do último ano, e observa que corporações como a Wal-Mart estão abraçando novas iniciativas. "Nós atingimos um ponto de virada". Tradução: UOL

segunda-feira, maio 19, 2008

MP 410, do trabalhador rural




A Medida Provisória nº 410, de 28 de dezembro de 2007 acrescenta artigo a Lei nº 5.889, de 8 de junho de 73, criando o contrato de trabalho rural por pequeno prazo.
No Artigo 1º passa a vigorar que o produtor rural poderá realizar contratação de trabalhadores rurais por pequeno prazo para o exercício de atividades de natureza temporária. Tal MP abre brecha para que se institucionalize o trabalho escravo, por exemplo, por que ao isentar o empregador de realizar anotações na CTPS ou ficha funcional, dá vazão para que se perpetue o trabalho escravo e a manutenção de "gatos" como intermediários na contratação do empregado. Toda irregularidade pode encontrar brechas por que quando a fiscalização recair nas lavouras, o argumento do produtor rural vai se pautar nessa nova legislação, já que o trabalhador está em fase de experiência, e por isso as condições de trabalho, por exemplo, estão nessa condição.
Por que na medida em que a fiscalização do Grupo de Trabalho Móvel, do Ministério do Trabalho flagre quaisquer trabalhadores em condições de informalidade, e podendo até estar em condições escravas e degradantes, esse novo instrumento vai propiciar que o empregador se isente das responsabilidades punitivas, por que a anotação na Carteira de Trabalho é um registro importante, e que ao longo da história foi o documento que, simbolicamente, promoveu a cidadania dos trabalhadores. Se a questão de informalidade existe é um fato, mas essa MP vêm para "tapar o sol com a peneira". Não resolve a problemática, por que as condições dos trabalhadores não melhorarão, por mais que a CONTAG afirme que sim:

"Na verdade, a MP amplia os direitos trabalhistas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais assalariados, ao prever o pagamento proporcional das verbas trabalhistas (13° salário, férias, etc.) dia a dia. Hoje, só fazem jus a estas verbas os trabalhadores com mais de 15 dias no emprego.
Para efeito de Previdência Social, a MP amplia e regulamenta os instrumentos de comprovação pelos assalariados e assalariadas dos seus vínculos trabalhistas. Assim, além da CTPS, poderão ser utilizados outros meios de prova da relação trabalhista, como o contrato, o recibo de pagamento, homologações, etc, facilitando o acesso aos direitos e garantias previdenciárias."

Entretanto a direção da CONTAG aplaudiu e recebeu com boas vistas essa MP. Veja esse trecho:


"Fruto de exaustivas negociações estabelecidas entre a CONTAG e o Ministério da Previdência Social desde o Grito da Terra Brasil/2007, mobilização realizada no mês de maio do ano passado, a Medida Provisória nº 410, publicada em 28/12/2007, cria novos mecanismos de acesso dos assalariados e assalariadas rurais à previdência, ampliando ainda a incidência dos direitos trabalhistas dos assalariados rurais.
É gritante no campo brasileiro a precariedade das relações trabalhistas, onde mais de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras, segundo dados da PNAD/IBGE 2005, encontram-se na mais completa informalidade. São especialmente prejudicados os assalariados e assalariadas rurais que atuam por curto período de tempo em diversas propriedades. São 3.334.975 assalariados e assalariadas rurais se Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada. É um quadro para o qual a sociedade não pode, simplesmente, virar as costas ou tentar resolver apenas com declarações de boas intenções."


Principalmente, por que quando falamos de trabalhadores rurais, não podemos nos esquecer que os canavieiros são os atores principais dessa medida política, pois em tempos de expansão da agricultura de cana-de-açúcar no país, essa MP vai contra os interesses da classe operária. Muita atenção para o interesse da CONTAG, que em nenhum momento questionou essa MP. Pelo contrário, recebeu de braços abertos essa alteração.




Aproveitando o gancho do último texto postado aqui, saiu dia 09 de maio de 2008, uma reportagem no Jornal O Povo, do Ceará uma matéria que está vinculado ao texto que eu discuti. Portanto segue...

::. Estudo deve subsidiar ações preventivas
09/05/2008

O trabalho escravo sazonal cresce a cada ano no Ceará. Milhares de pessoas, principalmente homens jovens, com idade entre 15 e 35 anos (predominância maior entre 21 e 25 anos), saem de suas cidades no Interior para enfrentar duras condições de trabalho geralmente nos estados do Centro-Oeste e Sul do País. Viajam principalmente para o corte da cana-de-açúcar, a colheita da laranja e do tomate. O estado brasileiro que mais recebe essa leva de trabalhadores cearenses é São Paulo, com maior concentração nas cidades de Santa Bárbara do Oeste e de Santa Cruz das Palmeiras.

Esses dados constam de uma pesquisa feita por equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT-CE), Universidade Federal do Ceará (UFC) e as Dioceses de Crato, Limoeiro do Norte, Iguatu e Crateús. O estudo, que será concluído no fim deste mês, foi feito com 411 pessoas e servirá para a publicação As Ações Preventivas ao Trabalho Escravo - A Superexploração do Trabalho e Tráfico de Trabalhadores Rurais no Ceará. Os municípios onde ocorrem mais migrações de trabalhadores e trabalhadoras são: Barro, Ererê, Pereiro, Iracema, Pedra Branca, Mombaça, Tauá, Independência, Quixeramobim e Sobral.

O professor José Levi Furtado Sampaio, da CPT/UFC, apresentou ontem esses dados, no auditório Luiz Gonzaga, do Centro de Humanidades da UFC, no Campus do Benfica. Na ocasião, houve o lançamento da 23ª edição do livro Conflitos no Campo Brasil 2007, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra. Segundo a publicação, o número de famílias expulsas da terra pelo poder privado teve um aumento significativo: 140% em 2007 com relação ao ano anterior. Em 2006, 1.809 famílias tinham sido expulsas, passando para 2.340 famílias no ano passado. Também cresceu o número de pessoas ameaçadas de morte. Passou de 207 para 259 este ano, ou 25% a mais.

A idéia, segundo o padre Maurizio Cremaschi, da coordenação da CPT/CE, é levar os dados para discussão nas escolas, sensibilizando principalmente adolescentes do ensino médio que estão deixando de estudar para ir para as áreas do corte da cana no Sul do País. "Nas salas de aula não tratam da migração, um problema comum em vários municípios do Interior". Ele disse que será criado um grupo de trabalho para acompanhar todo o processo migratório.

SERVIÇO

Mais informações pelo telefone da CPT/CE: (85) 3226 1413


Fonte: O Povo/CE - 09/05/2008

sábado, maio 17, 2008

Vida Seca


Assiti hoje ao trailer do longa metragem "O MIGRANTE" de Carlos Machado, no Youtube. Até postei ao lado o vídeo.
"O migrante" é um documentário, com 85 minutos, que conta a história de trabalhadores rurais do Vale do Jequitinhonha que, todos os anos, deixam suas famílias durante 8 ou 9 meses para trabalhar no corte da cana-de-açúcar.
Ele foi filmado entre julho de 2007 e março de 2008.

Portanto achei muito bacana! Não tive a oportunidade de ver o longa, até por que está na fase final de edição, segundo o editor/produtor Carlos Machado.

E esses dias lendo uma reportagem que pontuava os riscos dos trabalhadores rurais referente à suas aposentadorias saiu na mídia que as trabalhadoras rurais e mulheres indígenas, aliadas com movimentos sociais, analisaram a Medida provisória 410/2008, aprovada na Câmara dia 9 deste mês. Esta MP é bastante diferente do que vinha sendo construído, nos últimos quatro anos, para garantir o prosseguimento do regime especial de Previdência no campo.

Agora, transformado no Projeto de Lei nº 08/2008, a proposta contém várias ameaças aos direitos já conquistados. Por exemplo, o Projeto inclui medida restritiva para acesso ao direito de segurado especial. Fica para o/a trabalhador/a rural que não puder comprovar 15 anos consecutivos de atividade rural, as seguintes opções: ou se aposenta por idade (mulheres, aos 60 anos, e homens, aos 65); ou perde a condição de segurado especial. Caso o/a agricultor/a trabalhe - um dia sequer - em outra atividade que não seja agrícola, perderá a condição de segurado/a especial.

Ora, sabemos que é próprio do regime de agricultura familiar a mescla de funções entre produção rural, beneficiamento e venda, em associação com outras atividades econômicas, especialmente no caso das mulheres. Portanto, o Projeto desconsidera a realidade de quem vive da agricultura: os anos de seca no Semi-Árido, as geadas no Sul do país, e mesmo as enchentes, no Pantanal. Além disso, o PL obriga que o/a segurado/a especial comprove à Previdência a venda de produtos agrícolas. Enfim, a proposta legislativa contém várias restrições e segue a lógica de reduzir direitos de camponesas/es e assalariadas/os rurais, em vez e universalizá-los. Enquanto isto, os empresários do agronegócio seguem isentos de contribuição patronal para a Previdência.

Um outro aspecto preocupante do Projeto é que mescla o tema da Previdência com financiamento de moradia para a população rural: uma nítida manobra para solapar o direito previdenciário e tratá-lo como politica de assistência social ao campo, coisa contra a qual nós, dos movimentos de mulheres, já nos posicionamos. Sabemos quão vulneráveis são as políticas de assistência social em nosso país.

Veja uma parte da análise das alterações da Medida Provisória:



Ai quando você pega alguns dados referente ao piso salarial dos canavieiros de algumas localidades do Brasil, você pára e pensa nessa lógica que impera. É dessa lógica do neoliberalismo que "suga" as forças produtivas dos trabalhadores por uma miséria. Compare:



  • O Piso salarial dos canavieiros, no estado de Alagoas varia de R$ 384,44 , (com vigência da convenção dos trabalhadores de 01-11- 06 a 31-03-07) à R$ 392,00 (a partir de 01-04-07).


  • Já no Ceará o piso fica no patamar de R$ 365,00 (de 01-09-06 a 31-03-07) à R$389,00 (a partir de 01-04-07).


  • E para se ter uma idéia de quanto um canavieiro "ganha" por hora: R$ 1,9664 em Minas Gerais.Isso mesmo!

  • Já a diária gira em torno de R$ 16,94 (isso sem possibilidade de mensurar, por empreita/produção, ou seja, fica à bel prazer do empregador as medições e os instrumentos da produção). Mas considerando que esse valor tende a cair, segundo pesquisas do setor, já que no Nordeste a diária fica entre R$ 11,00 e R$ 13,00, e a média também gira de R$ 2,50 por tonelada de cana.

E em tempos de crescimento da produção canavieira, com a expansão nas florestas amazônicas, em troca da exploração e rentabilidade do etanol (alternativa ao petróleo), aliado à mecanização no corte de cana, que subistitui a mão-de-obra dos trabalhadores e trabalhadoras, e com isso favorece à competição de humanos com máquinas. Um ingrediente que gera mortes por exaustão de trabalho, já que o trabalhador não vê saída.
Não está amparado! Afinal, ele precisa de amparo? Depende. Entretanto vê um Estado que, outrora era paternalista, hoje poda suas rédeas. Percebe um sindicalismo aparelhado e um mercado devorador! Sente-se ameaçado pela competitividade. Recebe uma miséria, enquanto os bolsos dos usineiros e produtores rurais lucram mais e mais.

sábado, maio 10, 2008

O que foi isso?


significados de 40 anos depois

Raptei um pouco do tempo de net para "peneirar" algum vídeo que tivesse como tema Maio de 68. Consegui essa entrevista do repórter fotográfico Goksin Sipahioglu, e ao assistir pude perceber um pouco essa atmosfera de contestações dos anos 60, que agitou a França.
Não é nenhum vídeo narrativo do acontecimento, mas as fotos proporcionam um certo grau de realismo, principalemte por que Sipahioglu vivenciou, fotografou; foi um participante.
O vídeo está na barra do youtube, ao lado.
Salutation!

sexta-feira, maio 09, 2008

II Convenção Paulista de Solidariedade a Cuba


Em 10 de maio de 2008, organizado pelo Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, se realizará em São Paulo a II. Convenção Paulista de Solidariedade a Cuba. O evento contará com a participação de várias personalidades e com uma ampla e interessante programação. Inscreva-se: inscricao.sp@ solidariedadeacu ba.org.br

Local: Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e Região - Rua Tamandaré, 348 - cerca del metro São Joaquim - São Paulo. Data: Dia 10 de Maio, Sábado - Horário: a partir das 9:00 am. Veja a programação: [Más Información]


Consulte o Site do Consulado Geral de Cuba em São Paulo :

http://embacu. cubaminrex. cu/Default. aspx?tabid= 1660

Visite el Sitio Web del Consulado General de Cuba en São Paulo:

http://embacu. cubaminrex. cu/Default. aspx?tabid= 1648

LIBERAD A LOS CINCO CUBANOS ANTITERRORISTAS INJUSTAMENTE PRESOS EN LOS EEUU!Liberdade já aos Cinco Cubanos Anti-Terroristas Injustamente Presos nos EUA!


quinta-feira, maio 08, 2008

Vale a Pena


Para quem tiver interesse segue a programação da IV Semana de Ciências Sociais da USP, que acontece no prédio das Ciências Sociais - USP de 12 a 16 de maio.
Organizada pelo Centro Acadêmico de C. Sociais - CEUPES, terá como tema "1968: 40 anos".

quarta-feira, maio 07, 2008

Filosofia e Sociologia voltam ao ensino médio

Notícias do Sinsesp



Foi aprovado por unanimidade na Comissão de Educação do Senado Federal, o PLC 04/08 do deputado Ribamar Alves (PSB/MA), com apoio de todos os senadores, com elevado quórum e com pronunciamentos firmes e decisivos do senador Cristóvam Buarque que presidiu a sessão e sobretudo de Ideli Salvatti, lider do PT. O senador Marco Maciel (DEM/PE), embora propenso inicialmente a incluir a psicologia, acabou concordando com os argumentos do Senador Valter Pereira (PMDB/MS). que fez um claro relato de defesa, importantíssimo para a sua aprovação.


A tônica da argumentação foi a de que a aprovação desse PLC ("que se arrasta na Câmara e no Senado há anos" faria justiça "é, por assim dizer, uma questão de honra") a uma longa luta, de décadas, sendo intenso nos últimos onze anos, quando tentamos mudar a LDB de forma a tornar obrigatório o ensino da S&F. Também essa aprovação faz justiça ao ensino e à educação nacional pois foi lembrado pelo senador Valter Pereira (PMDB/MS), que a ditadura militar ideologicamente retirou a obrigatoriedade do ensino de ambas as disciplinas em 1971.

Apesar da forte pressão do Conselho Federal de Psicologia, que arregimentou mais de 40 pessoas para uma tática que nos pareceu, em alguns momentos, do "tudo ou nada", ou seja, ou se aprovava a emenda incluindo psicologia, ou eles fariam de tudo para atrasar a tramitação na Comissão. Mas isso não prosperou. Vários senadores entenderam como legítima a luta dos psicólogos. Os discursos, porém, concordavam em que temos de aprovar esse PLC agora e depois discutir a inclusão da psicologia, o que acabou prevalecendo.

A Comissão de Educação aprovou ainda por unanimidade um requerimento de urgência sugerido pelo Senador Flávio Arns e imediatamente encaminhado pelo relator Valter Pereira para que o PLC 04/08 seja discutido logo, se possível ainda hoje, no plenário do Senado. Se não ocorrer ainda hoje, terça-feira, dia 6 de maio de 2008,um dia histórico para todos nós (votação às 12h),-- há quatro medidas provisórias obstruindo a pauta --, poderá ocorrer amanhã ou na semana seguinte.

Temos também a esperança de que um acordo de líderes possa desobstruir a pauta. De qualquer forma foi uma grande vitória para todos nós, sociólogos e professores de sociologia e filosofia e dirigentes sindicais de professores que defendem a qualificação do Ensino Médio e uma elevação da consciência de nossa juventude.

Registramos presenças de dirigentes sindicais de professores de MG, do SindiUte, da Apeoesp, dos professores do DF, do Fórum Sul Brasileiro de Filosofia e Ensino, uma delegação expressiva da CNTE, além do Sindicato dos Sociólogos de SP. A luta agora será travada no plenário do Senado, no sentido de que nenhum senador apresente qualquer emenda ao PLC 04/08, pois se isso acontecer ele voltará à Câmara e poderá atrasar mais uns três ou mais anos. Infelizmente, ouvimos de vários psicólogos, que eles tentariam emendar o projeto no plenário do Senado. Por isso, devemos estar atentos.



COMISSÕES / Educação
06/05/2008 - 13h39


Filosofia e Sociologia voltam ao ensino médio

Trinta e sete anos depois de excluídas dos currículos pelo regime militar, as disciplinas de Filosofia e Sociologia deverão se tornar, mais uma vez, disciplinas obrigatórias do ensino médio. É o que determina o Projeto de Lei da Câmara 4/08, que recebeu nesta terça-feira (6) parecer favorável da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), sob a presidência do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Caso seja também aprovado pelo Plenário, para onde foi encaminhado em regime de urgência, o projeto será enviado à sanção presidencial.

Em seu voto favorável, o relator da matéria, senador Valter Pereira (PMDB-MS), recordou que a luta pela reinclusão das duas disciplinas no ensino médio começou logo depois que elas foram substituídas pelas matérias de Educação Moral e Cívica e de Organização Social e Política do Brasil. Os professores que lideraram o movimento, observou Pereira, consideravam o estudo de Filosofia e Sociologia "indispensáveis para a formação integral de nossos jovens".
Ao concordar com o relator, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que as duas disciplinas vão contribuir para se alcançar uma "formação mais humanista de nossa juventude". Ela afirmou concordar com o movimento em defesa da inclusão também da Psicologia no currículo do ensino médio, mas observou que a mudança do projeto nesse momento - para abranger a terceira disciplina - acabaria contribuindo para retardar a sua aprovação. O mesmo argumento foi utilizado pelo senador Marco Maciel (DEM-PE).

Quatro outros projetos também foram aprovados em decisão terminativa. O primeiro deles (PLS 193/07), apresentado pelo senador Marco Maciel, institui o ano de 2010 como o Ano Nacional Joaquim Nabuco, em homenagem ao líder abolicionista cuja morte completará um século dentro de dois anos. O relator foi o senador Raimundo Colombo (DEM-SC).

O segundo (PLS 399/07), de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), presidente da comissão, denomina "Rodovia Honestino Monteiro Guimarães" o trecho da BR 060 que corta o Distrito Federal. O projeto teve como relator o senador Adelmir Santana (DEM-DF), que recordou a "coragem e o desprendimento" do líder estudantil desaparecido em 1973.

domingo, maio 04, 2008

redução da jornada de trabalho

E aproveitando o gancho das discussões sobre a redução da Jornada de Trabalho, é bacana pontuar as conseqüências da longa jornada, pois de um lado, os trabalhadores com cargas horárias estressantes e desgastantes, comprometem a qualidade de vida, e até mesmo o rendimento no trabalho e da vida familiar; do outro, milhares de pessoas que continuam desempregadas.
É no contexto destas duas realidades brasileiras que foi a principal discussão deste 1º de Maio de 2008: a redução da jornada de trabalho.

Entidades como a Central Única dos Trabalhadores, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e diversas organizações e movimentos sociais vêem a redução de 44 para 40 horas de trabalho uma solução mais que plausível. Por isso, no Dia do Trabalhador as palavras de ordem reforçaram a luta, destacando a importância do Abaixo-Assinado da Campanha Nacional pela Redução de Jornada de Trabalho, sem a redução de salário.
Embora a redução da Jornada de Trabalho não seja por si só socialista, não se deve deixar de pontuar e registrar que em períodos atuais, assume certo caráter revolucionário, visto que a ofensiva neoliberal vêm agindo no Globo no sentido de ampliar mais a jornada de trabalho, elevando o lucro empresarial.
É importante pontuar que a forma como o trabalhador se insere no mercado de trabalho é fator determinante para o comportamento da sua jornada de trabalho.

E nesse sentido de debate, tendo como norte a classe trabalhadora, que vai o folder do ERECS 2008 - Sudeste (Encontro Regional de Estudantes de Ciências Sociais).
abraços!

quinta-feira, maio 01, 2008

1º de maio do trabalhador


Mas a questão é:
nosso desemprego
Não será solucionado
Enquanto os senhores não
Ficarem desempregados!

Brecht


Enfim chegou Maio!
Que seja então e já Maio!
que tudo o que passou no Abril
Brilhe e radie!
Que nesse outono cinza e de frio
os pássaros cantem e o sol ainda apareça
Por que já é Maio!
Façamos a esperada Festa!


E pra começar Maio com feriado da classe trabalhadora! Um feriado espetacularizado! Mas, mesmo assim, conquistado!

Em que as Centrais Sindicais buscam novas bandeiras para as velhas lutas! Que elas possam ampliar esse espaço de debate a começar por hoje! Até por que estamos num momento econômico que favorece tal debate, como por exemplo o nosso crescimento econômico aliado à temática de redução de jornada! Perfeita combinação!

Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada (Ipea), aponta que o número de trabalhadores sindicalizados retomou o crescimento entre 1999 e 2006. Em 1989, cerca de um terço dos trabalhadores eram sindicalizados. A partir desse ano iniciou-se a queda brusca da taxa, atingindo 15% em meados da década de 1990. Dados recentes mostram que 18% dos trabalhadores são filiados a entidades de classe. “Há uma recuperação, ainda que lenta, da taxa de sindicalização do país. Mas essa recuperação é marcada por caracterísiticas diferentes. O que tem crescido é a sindicalização no meio rural e no setor de serviços, entre trabalhadores com menor grau de escolaridade e menor remuneração. É um perfil muito diferente dos anos 1980”, relata.

No caso dos serviços, Pochmann constata que esse tipo de sindicalismo age mais como parceiro de pequenas empresas, oferecendo capacitação técnica e assessoria jurídica, do que um instrumento de defesa dos trabalhadores perante os interesses patronais. Não se trata da sindicalização de operários de grandes plantas industriais, como nos anos 1980.
As jornadas longas, os baixos salários e a constante reposição de força de trabalho mais barata, em termos econômicos, são os principais problemas apontados pelos dirigentes sindicais. No entanto, uma série de outros empecilhos são enfrentados pelos sindicatos no que se refere à capacidade de organização da classe trabalhadora. A maior parte desses entraves tem sido colocada pela maneira de se organizar a produção e pelo individualismo, caracterísitca marcante do neoliberalismo inaugurado nos anos 1980.

Desde essa década, o sindicalismo passa por uma crise. Diminuição das mobilizações, perda do protagonismo e redução da taxa de sindicalização são sinais visíveis do descenso do movimento dos trabalhadores. De 2005 para cá, estudos revelam que há uma reação da sindicalização, ainda que num cenário de crise.

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