terça-feira, dezembro 30, 2008

Sem mais delongas


Final de ano, observo o que postei nesse blog, também o amontoado de e-mails na caixa de e-mails, assim como os recortes de matérias de jornais que destaquei e os que ainda ficaram de lado. As anotações de palestras e o que chamou minha atenção, hoje, durante minha leitura no intinerário pelo centro da cidade de São Paulo, deserta por sinal, foi a passagem da obra "Errantes do Fim do Século" de Maria Aparecida de Moraes Silva. Aliás, é um título até que sugestivo para uma Virada de Ano! Mas sem mais delongas, trata-se de um belo trabalho da professora da Unesp, do qual indico, recomendo. Conheci seu trabalho no GT na ANPOCS este ano e logo nas primeiras páginas do livro a minha atenção se prendeu. Os relatos dos antigos moradores do interior do país, acerca da invasão da ACESITA e de outras poderosas que se apoderaram das terras do vasto Brasil surpreende!


Conhecer como se operou o processo de apoderamento e de roubo dessas indústrias, sob a óptica dos antigos moradores nos leva a compreender um pouco mais da história desse país, e de como o poder político e econômico se enraizou na cultura da sociedade. São relatos que chocam por que o domínio e o poder (em todos os sentidos) estão construídos em detrimento da boa fé, na inocência, na ignorância, na "não instrução", no medo, na coerção e no poder aquisitivo baixo dos ex-moradores!!


Trata-se de um obra a ser explorada. Fica o desafio! Também fica o desafio na luta e nas ações para o Ano Novo! Em tempos de guerras, crise econômica, e de toda "crise" histórica do Brasil - como a professora da UNESP estuda - deixo as minhas saudações e uma mensagem positiva de um Grande Ano de 2009 a tod@s!

beijos // Cris.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Repúdio ao massacre de Israel ao povo Palestino




























As fotos falam por si mesma! Denunciam o brutal e desigual massacre contra o povo palestino.

Solidariedade ao povo palestino, já que segundo Christian Castillo, dirigente argentino do PTS, "as declarações cúmplices dos governos imperialistas dos EUA e da União Européia querem transformar as vítimas em algozes. Não nos estranha já que são os mesmos estados que, entre outros territórios, mantém a ocupação colonial do Afeganistão e do Iraque".

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Mensaje


Que lo disfruten...

Hoy es el día más hermoso de nuestra vida,
querido Sancho;
los obstáculos más grandes, nuestras propias
indecisiones;
nuestro enemigo más fuerte, el miedo al poderoso y
a nosotros mismos;
la cosa más fácil, equivocarnos;
la más destructiva, la mentira y el egoísmo;
la peor derrota, el desaliento;
los defectos más peligrosos, la soberbia y el rencor;
las sensaciones más gratas, la buena conciencia, el
esfuerzo para ser mejores sin ser perfectos, y sobre
todo, la disposición para hacer el bien
y combatir la injusticia donde
quiera que esté.


MIGUEL DE CERVANTES,
Don Quijote de la Mancha.

quinta-feira, novembro 20, 2008

EIV divulgação



- Terça-feira, Dia 25, 18 horas: Canil, Em frente ao Espaço de Covivência da ECA-USP
- Quinta-feira, Dia 27, 18 horas: Espaço dos Estudantes, Prédio de Ciências Sociais e Filosofia, FFLCH-USP

2º Estágio Interdisciplinar de Vivência
em áreas de Reforma Agrária e Atingidos/as por Barragens do Estado de São Paulo
Companheiras/ os,
O Estágio Interdisciplinar de Vivência trata de uma atividade permanente de aliança entre Movimentos Sociais, e que no estado de Saõ Paulo começa a gerar frutos no âmbito da articulação entre escolas e entidades estaduais.
O EIV é construído conjuntamente pelos movimentos sociais camponeses e pelo movimento estudantil em diversos estados do país, e insere-se num contexto de estreitamento das relações entre Universidade e sociedade, em especial com os movimentos sociais de luta pela terra. De modo que, acreditamos que por meio da aproximação com sua organização, suas demandas, seu cotidiano e dificuldades, se possa efetivamente entender a legitimidade das lutas populares camponesas, e seu papel mais amplo na sociedade.
Propomos através do Estágio, o despertar de consciência crítica nos estudantes a partir da vivência da realidade dos Movimentos Camponeses, e da reflexão e teorização da realidade social, cultural e econômica do nosso país.
O EIV se pauta por um método que possibilite atingir nossos objetivos de formação e organização estudantil. E que nada tem de "extensão universitária" , pois é totalmente autônomo e avesso às grades curriculares, metodologias, olhares etnocêntricos ou mesmo qualquer vinculação à academia e sua forma de tratar a relação universidade- sociedade.
A metodologia de vivenciar o seio das classes camponesas em luta, participando de todo seu cotidiano de forma a quebrar preconceitos e paradigmas cristalizados e valendo-se do trabalho e da vida rural como elemento pedagógico e educativo já fora usado antes.
Basicamente, o EIV acontece em três etapas:

I) Preparação – Nessa primeira fase os estagiários ficam no mesmo local, onde acontecem os espaços de formação política através de oficinas, seminários e grupos de discussão sobre economia política, questão agrária no Brasil, histórico e o papel atual dos movimentos sociais, etc.

II) Vivência – Após a preparação, os estagiários permanecem em torno de 10 dias nas famílias organizadas nos movimentos camponeses (MST e MAB),
realizando junto a estas as atividades do dia-dia e conhecendo a realidade das famílias e da organização dos movimentos sociais.

III) Avaliação – É realizado com todos os estagiários juntos. Faz-se a socialização das vivências, bem como, a avaliação desta e do estágio como um todo. Também são realizados nesta etapa espaços de formação e apontamentos da continuidade do trabalho iniciado no EIV.

Essa 2ª edição do EIV SP tem como objetivo consolidar esse instrumento como prática do moviemnto estudantil de São Paulo, bem como nos desafiar a construir um Estágio que possibilite o encontro e a formação de lutadores/as estudantis, que através do diálogo e do aprendizado com o povo, com ele se comprometam e com ele lutem, como nos ensina Paulo Freire, seja dentro da Universidade e também fora de seus muros.

Para se inscrever entre em contato:

Inscrição: 15 de outubro a 1º de dezembro

2ºEIV-SP: de 18 de janeiro a 8 de fevereiro


http://www.vestiario.org/eiv

terça-feira, novembro 18, 2008

corrida contra a crise


O mundo acaba de atravessar 60 dias que abalaram a órbita financeira. E nesse mesmo período instala-se um novo governo norte-americano na Casa Branca. E a próxima onda nesse turbulento mar não esperará as novas ações de Barack Obama, para continuar a fazer muitos estragos. Pelo contrário, segundo especialistas, o estrago está apenas começando.
A General Motors, Ford e Chrysler estão a bordo da falência. A atual crise pega a classe trabalhadora mundial fragilizada, levando à demissão dezenas de milhares de trabalhadores, que nada tirevam à ver com os irresponsáveis de Wall Street. E enquanto isso o Brasil assiste a Europa solapar em recessões. Lá a economia está em perigo, pois o emprego e o poder de compra são ameaçados. E quando é que o tsunami rebaterá em terras brasileiras? Ou você acha que sairemos ilesos?

sexta-feira, novembro 14, 2008

A precarização e exploração do trabalho nas Ciências Sociais




Entre os dias 27 a 30 de outubro, participei do 32º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Entre as diversas conferências existentes o professor Arne Kalleberg, da Universidade da Carolina do Norte, abordou dia 28/10 o tema da precarização e a insegurança do trabalho, assim como os riscos ao trabalhador. Segundo o professor, a agenda neoliberal brasileira é tardia na implantação de políticas, assim como vem enfraquecer os sindicatos, na medida em que o crescimento informal de empregos e o crescimento de maus empregos no setor formal alavanca significativamente.
A partir desse contexto é perceptível constatar que o "trabalho precário" foi sempre tido como normal no país, ou seja, grande parte dos trabalhos são precários, mas são tratados como atípicos. Por isso é importante o cuidado do emprego do termo "precário", pois se tomarmos como referência o trabalho dos canavieiros não se pode afirmar que trata-se de "precarização do trabalho", pois nesse caso ocorre a exploração da mão-de-obra em que é uma dimensão dada de anos, isto é, ao longo do processo histórico do Brasil. O "trabalho precário", de fato, existe quando ele possui uma forma, e dentro de uma situação clara, ele se precarizou ao longo de um tempo, portanto, contrário do trabalho escravo que impera, principalmente, nos canaviais brasileiros e sempre foi dessa forma, com condições precárias, insalubres, baixa remuneração, e que tem levado à morte centenas de trabalhadores por exaustão. Uma exaustão que está atrelada à lógica econômica, pois o "bom" cortador de cana recebe muitas vezes incentivos do patronato, segundo a Professora Dra Maria Aparecida Moraes, da Universidade Federal de São Carlos, no GT Trabalho e Sindicato na Sociedade Contemporânea, que apresentou o trabalho “Trabalhadores Rurais: a negação dos direitos”. Segundo Maria Aparecida, o canavieiro da região de Ribeirão Preto, recebe um liquidificador e/ou batedeira como incentivo ao "bom" corte, e esse programa elimina a micro resistência do processo laboral. O resultado dessa intensificação do ritmo de trabalho foram 22 mortes por exaustão no local de trabalho, de 2004 até início de 2008, na região. É aí que percebe-se que problemas desta natureza e de outras remete à questões do século passado, e que são evidentes na contemporaneidade, principalmente em se tratando dos trabalhadores da cana, pois sabemos que o etanol é a grande vitrine brasileira.
O professor Arne Kalleberg salienta a importância das políticas públicas na área do trabalho e suas formas na contemporaneidade, já que elas podem explicar a natureza do trabalho precário e pontuar soluções, de um modo que venha contribuir e ajudar as populações, como por exemplo, as políticas governamentais de previdência, de seguro saúde, aposentadoria, de um modo que o crescimento do emprego formal esteja em sintonia com incentivos do Estado, como a concessão de créditos fiscais ao patronato, por exemplo, segundo o professor.

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