quarta-feira, setembro 03, 2008

Salário do jovem brasileiro

Salário médio do jovem brasileiro aumentou 10,50%, mostra estudo da FGV
Valor Econômico 03/09/2008

O salário médio da população de 15 a 29 anos aumentou, em média, 10,5% por ano entre 2004 e 2008, de com acordo com estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e elaborado com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. "É um nível de crescimento chinês, que teve ajuda de programas sociais, ao contrário do que acontece no país asiático", afirmou Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

Em 2004, o jovem brasileiro recebia salário médio de R$ 277,73, que chegou a R$ 414,05 em abril deste ano. Neri disse que o aumento de ganho do jovem está atrelado ao maior nível de estudo. Há quatro anos, o brasileiro de 15 a 29 anos tinha, em média, 9,7 anos de estudos. Em abril deste ano, o tempo médio já chega a 10,4 anos. "O maior tempo de estudo explica o aumento da renda do jovem."

Neri argumenta que desde 1992 há um aumento substancial nos anos de estudo dos jovens entre 15 e 29 anos. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o estudo da FGV mostra que entre 1992 e 2006 houve aumento de 2,63% ao ano no tempo médio de estudo da população nessa faixa etária. A renda decorrente de todas as fontes, no entanto, subiu apenas 1,21% ao ano no período. "O aumento dos anos de estudo não se refletiu em crescimento dos rendimentos. Mas a partir de 2004 esse quadro mudou", ressalta Neri.

Entre 2004 e 2008, os anos de estudo subiram, em média, 2,74% ao ano, ao passo que as rendas de todas as fontes cresceram 7,90% ao ano. "A pesquisa mostra que, dos últimos 16 anos, os 12 primeiros anos foram anos de estagnação trabalhista, quando o jovem estava indo muito mais à escola, investindo no seu futuro, embora não estivesse colhendo esse resultado no mercado de trabalho. De 2004 em diante a cena muda, e o jovem continua investindo em educação, mas começa a colher resultados", ressalta Neri.

Ele atribui a essa melhora parte da expectativa positiva do jovem em relação aos próximos cinco anos, detectada pelo Índice de Felicidade Futura (IFF), medido no país pela FGV e em outros 131 países pelo Gallup World Poll.

Os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos são os que demonstram maior expectativa de felicidade nos próximos cinco anos, de acordo com o índice divulgado ontem. A pontuação dos brasileiros atingiu 9,29 pontos. A vice-liderança ficou com os jovens dos Estados Unidos (9,11 pontos). A expectativa futura contrasta com a felicidade atual, quesito em que o Brasil aparece apenas no 23º lugar, com 6,64 pontos. Entre os jovens, a felicidade presente alcançou 6,77 pontos, o que colocou o país na 53ª posição.

"A pesquisa mostra que o dado sobre otimismo em relação ao futuro surpreende, mas os últimos quatro anos dão margem para a idéia de que o Brasil melhorou e que o país, pelo investimento em educação que já aconteceu, pode melhorar no futuro", diz Neri. (Agências noticiosas)



Jovens, estudo e trabalho, segundo IBGE

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2004, entre 1993 e 2003, aumentou de 40,7% para 60,9% o número de adolescentes entre 15 e 17 anos de idade que tinham o estudo como atividade exclusiva. Porém, nas faixas etárias seguintes a vantagem de somente estudar ainda é uma realidade para poucos. Assim, 30,4% dos jovens de 18 e 19 anos de idade e 11,7% dos que têm entre 20 e 24 anos apenas estudam.
Segue link do quadro de análise (já que não consegui inserir aqui).
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/index.htm



Se observamos a última coluna do quadro acima perceberemos que dentre os jovens que "só trabalham" a porcentagem é de praticamente 48%, e em relação aos que estudam o percentual cai para 12%, praticamente. Uma discrepância de valores que nem é ao menos amenizada pelo outro fator "trabalha e estuda", que tem 15% entre os jovens de 20 a 24 anos. Se a análise partir do estudo da FGV veremos que dentre os jovens que só trabalhavam em 2004, os mesmos recebiam R$ 277,73 de salário, e que hoje encontra-se no patamar de R$ 414,05. Um sutil aumento de 10,50%, isso sem considerar as perdas inflacionárias do período. Também é importante salientar que mesmo com um crescimento minúsculo do salário médio entre os jovens o texto do Valor econômico salienta que existe um grau de felicidade associado a esse cresciemnto. Mas é importante pontuar aqui que a educação ainda é fator preponderante na sociedade. Sem im investimento pesado e maciço na área educacional, tanto no ensino básico, fundamental, médio e superior, não se pode vislumbrar um crescimento contínuo e de qualidade. Qualidade, por que investimento em educação não se resume somente ao investimento em construção de prédios escolares, mas em capacitação ao professor, em aumento do salário e valorização da profissão. Isso tudo somado a uma cultura que não tende a ver a escola como uma prisão de delinqüêntes, como se observa nas periferias das grandes cidades, mas sim num ambiente que seja cultivado como uma continuação do lar. Utópico não é!!! Trata-se de um investimento à longo prazo, mas que trará frutos de qualidade para a sociedade brasileira.

Nenhum comentário:


contador gratis