sexta-feira, janeiro 25, 2008

Sem futuro??

Depois da PAGRISA ocupar o noticiário dos jornais com a utilização de trabalho escravo, agora chegou a vez do GRUPO BOM FUTURO, empresa que tem como um dos seus donos o primo do governado do Mato Grosso. Se não bastasse a PAGRISA ser ligada à bancada Ruralista do Senado Federal, agora Eraí Maggi, primo do governador Blairo Maggi (PR), um dos donos do grupo Bom Futuro, submete trabalhadores à condições precárias de trabalho. Que a tal "Bom Futuro" que se cuide: A Pagrisa sofre retaliações e boicotes econômicos de grande empresas, como a Ipiranga e Petrobras, por ter utilizado mão-de-obra escrava na sua empresa. Sugiro um nome apropriado ao Grupo: “SEM FUTURO”.

O mesmo grupo móvel do Ministério do Trabalho foi quem denunciou, em meados de setembro de 2007 o trabalho rural escravo, e libertou 1.064 trabalhadores da fazenda. Tal fato provocou reações da bancada ruralista no Senado, com a visita de senadores à fazenda para “comprovar” e criticar o grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego. Sob ameaças, a senadora Kátia Abreu (DEM- TO) discursou na tribuna do Senado, alegando ser uma “aberração” a tal existência de escravidão na Fazenda, e colocando em dúvida o trabalho do grupo móvel do MTE.
Eis o pronunciamento da Senadora:

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Pronunciamento/Detalhes.asp?d=370242

Segundo constatações do grupo do MTE, os trabalhadores do corte de cana, eram submetidos à jornada de 12 horas de trabalho. Já nas fazendas do Grupo Bom Futuro, o grupo encontrou encontrou trabalhadores em alojamentos precários, em condições péssimas de higiene, e trabalhadores manipulando agrotóxicos sem os Equipamentos de Proteção e Segurança. Agora a empresa sofrerá um processo administrativo, da qual irá se defender, claro! Mas se for culpada irá ser incluída na “lista suja” de empresas que se comprometem ao pacto da erradicação do trabalho escravo.


Enquanto isso...
o mesmo grupo móvel do MTE, em 2007 elevou 72% o percentual de trabalhadores libertados de condições de escravidão nas fazendas brasileiras. Mesmo sofrendo pressão de um grupo de senadores, que fazer parte de uma bancada que defende interesses econômicos no senado, 5.877 trabalhadores foram libertados, nas 110 operações do grupo do MTE. Agora eu quero ver pressão de senadores da bancada ruralista se pronunciarem contra o mesmo grupo móvel do MTE, que visitou as fazendas do primo do Governador, em Mato Grosso. Com que moral vão subir ao palanque do Senado e discursarem criticando a liberação de canavieiros!!! Enquanto a bola da vez é o etanol, a cana continua sendo uma das principais matérias-primas que o Brasil produz e exporta. Entretanto vemos a ação dessas empresas que tratam o trabalhador rural como se fossem máquinas, já que os mesmos competem em produtividade com o maquinário, recebendo uma mixaria de R$ 2,00 e R$ 3,00 por tonelada de cana.
Enquanto empresários e políticos se mantém na “vida boa” e no “bom futuro”, trabalhadores sofrem condições análogas a de animais, já que dormem em precárias construções de madeiras, enfiados num cubículo com dez homens, sobre colchões poderes e sujos e de cheiro ruim. E mesmo sob tal condições ainda assim existe picaretas no Senado que dizem que é uma “aberração” a existência de fiscalização nas fazendas. Que os Senadores trabalhem na criação de projetos para o povo, que os elegeu, e não sirvam ao bel prazer de conglomerados econômicos.

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