sábado, setembro 27, 2008

Veja como é fácil entender a crise mundial desse ano


Tradução da crise do subprime


É assim ó:


O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.


Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.


Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capítais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu ).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência.


E toda a cadeia sifu.

segunda-feira, setembro 22, 2008

PI concentra 5% dos trabalhadores escravos do Brasil

Apenas 2,6% das operações de combate ao trabalho escravo no Brasil, realizadas no ano de 2007 por fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), aconteceram no Piauí. É o que mostram dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE – sobre a vida no meio rural brasileiro.

Segundo a pesquisa, somente 1,5% das fazendas fiscalizadas no Brasil são situadas no Piauí. Nelas, o MTE encontrou quase 5% dos trabalhadores brasileiros que vivem em situação sub-humana no meio rural, e libertou 2,9% destes.

O Estado do Pará é o campeão nacional do trabalho escravo, concentrando 32% dos trabalhadores resgatados, seguido do Mato Grosso do Sul, com 27%.

Crédito fundiário

De acordo com o DIEESE, em três anos (2005, 2006, 2007) o Programa de Crédito Fundiário atendeu mais de 6.700 famílias, que adquiriram aproximadamente 160 mil hectares de terra com o dinheiro emprestado pelo Governo Federal.

Conflitos por água

O levantamento mostrou ainda, que aconteceram no ano passado três conflitos por água no Piauí, envolvendo cerca de 480 famílias. O equivalente a 3,4% do total registrado no Brasil.

Fonte: 45graus.com.br

domingo, setembro 21, 2008

Karl Marx manda lembranças


CESAR BENJAMIN

Folha de S. Paulo, 20 set. 2008, p. B2.


AS ECONOMIAS modernas criaram um novo conceito de riqueza. Não se trata mais de dispor de valores de uso, mas de ampliar abstrações numéricas. Busca-se obter mais quantidade do mesmo, indefinidamente. A isso os economistas chamam "comportamento racional". Dizem coisas complicadas, pois a defesa de uma estupidez exige alguma sofisticação.Quem refletiu mais profundamente sobre essa grande transformação foi Karl Marx. Em meados do século 19, ele destacou três tendências da sociedade que então desabrochava: (a) ela seria compelida a aumentar incessantemente a massa de mercadorias, fosse pela maior capacidade de produzi-las, fosse pela transformação de mais bens, materiais ou simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em mercadoria; (b) ela seria compelida a ampliar o espaço geográfico inserido no circuito mercantil, de modo que mais riquezas e mais populações dele participassem; no limite, esse espaço seria todo o planeta; (c) ela seria compelida a inventar sempre novos bens e novas necessidades; como as "necessidades do estômago" são poucas, esses novos bens e necessidades seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados à fantasia, que é ilimitada. Para aumentar a potência produtiva e expandir o espaço da acumulação, essa sociedade realizaria uma revolução técnica incessante. Para incluir o máximo de populações no processo mercantil, formaria um sistema-mundo. Para criar o homem portador daquelas novas necessidades em expansão, alteraria profundamente a cultura e as formas de sociabilidade. Nenhum obstáculo externo a deteria.Havia, porém, obstáculos internos, que seriam, sucessivamente, superados e repostos. Pois, para valorizar-se, o capital precisa abandonar a sua forma preferencial, de riqueza abstrata, e passar pela produção, organizando o trabalho e encarnando-se transitoriamente em coisas e valores de uso. Só assim pode ressurgir ampliado, fechando o circuito.



É um processo demorado e cheio de riscos. Muito melhor é acumular capital sem retirá-lo da condição de riqueza abstrata, fazendo o próprio dinheiro render mais dinheiro. Marx denominou D - D" essa forma de acumulação e viu que ela teria peso crescente. À medida que passasse a predominar, a instabilidade seria maior, pois a valorização sem trabalho é fictícia. E o potencial civilizatório do sistema começaria a esgotar-se: ao repudiar o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, o impulso à acumulação não mais seria um agente organizador da sociedade.Se não conseguisse se libertar dessa engrenagem, a humanidade correria sérios riscos, pois sua potência técnica estaria muito mais desenvolvida, mas desconectada de fins humanos. Dependendo de quais forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia ser colocada a serviço da civilização (abolindo-se os trabalhos cansativos, mecânicos e alienados, difundindo-se as atividades da cultura e do espírito) ou da barbárie (com o desemprego e a intensificação de conflitos). Maior o poder criativo, maior o poder destrutivo.O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial, com ampla predominância da acumulação D - D". Abandonou as mediações de que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas. Karl Marx manda lembranças.



CESAR BENJAMIN, 53, editor da Editora Contraponto e doutor honoris causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), é autor de "Bom Combate" (Contraponto, 2006).

terça-feira, setembro 16, 2008

Prima de F. Collor toma posse no Senado com velho discurso


Prima do atual Senador Fernando Collor, pelo estado de Alagoas, Ada Mello, disse que pretende trabalhar pelos menos favorecidos.

É de praxe? Todos pretendem trabalhar pelos menos favorecidos? Ou discursam e recebem altos salários no Senado e na Câmara para "dizer" que fazem algo, aos mais pobres, sendo que não!!

E que "trabalho" a família Collor de Mello vem realizando ao longo dos anos, em prol dos mais pobres!!! Ironia, mas ao se visitar o interior de Alagoas, perceber-se-á uma região tomada pela desigualdade socio-econômica, pois enquanto há enorme faixa de terra que pertencem a poucos, (e poucos aqui pode se remeter à família Collor de Mello) muitos são os que não tem nada, ou seja, são os mesmos "menos favorecidos" que uma integrante do patriarcado Collor de Mello pretende "defender", mais uma vez, no Senado Federal, a partir de onte, dia 15 de setembro de 2008.

E abro um parêntese: Na mais recente publicação do ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos estados brasileiros mostra o estado de
Alagoas, que tinha o pior IDH em 1991, continuou na mesma posição em 2005, com 0,677. Enquanto que o melhor índice, o do Distrito Federal, é de 0,874, igual ao da Hungria e superior ao de países como Argentina e Emirados Árabes Unidos.


A senadora Ada Mello (PTB-AL) tomou posse, nesta segunda-feira (15), na vaga do senador Fernando Collor (PTB-AL), de quem é a 2ª suplente. Fernando Collor licenciou-se do Senado para participar da campanha eleitoral dos candidatos petebistas às prefeituras municipais de Alagoas. Seu 1º suplente, Euclydes Mello (PRB-AL), que concorre nas eleições municipais em Marechal Deodoro (AL), também se licenciou. Assim como Euclydes, Ada Mello é prima do senador Fernando Collor. Ligada à Igreja Católica e com experiência em obras de caridade e assistência social em Alagoas, a senadora afirmou, em seu primeiro discurso, que pretende trabalhar pelos menos favorecidos. - Mediante um trabalho ordenado e devidamente refletido, pretendo pautar, neste Senado Federal, uma atuação em prol das políticas de assistência social e de preservação ambiental, mas sempre enxergadas pela ótica dos ideais maiores da Humanidade: a consolidação da prática democrática; a ação social como instrumento de reparação das injustiças humanas; e a doutrina católica como referência ética e espiritual - disse.

segunda-feira, setembro 15, 2008

duas flores

O sol rasgou o chão,
com aquele calor, que o verão trazia
e aqueceu todo meu caminho que percorria,
e eu ria.
Eu já não conseguia ver mais nada
nem um palmo, do chão
nem um dedo, da mão
ouvia só sua pegada
mas era incerta, aquela chegada...


Nem uma rima,
e nem um verso
Só duas flores que eu peço,
e sem respostas fiquei,
calada, intrigada
por que o vento era forte, e
talvez levou você para longe
e derrubava todas as rosas vermelhas e brancas
marcando todo aquele chão pisado de terra fofa
que um dia ousei ter encontrado...

sexta-feira, setembro 12, 2008

licença-maternidade

A licença-maternidade de seis meses, aprovada essa semana pelo Presidente Lula, deveria se tornar obrigatória a todas mulheres trabalhadoras!! Sim, isso mesmo!!
Pela lei sancionada, a concessão desse benefício é facultativa. Uma proposta à classe trabalhadora seria a aprovação da extensão do direito a todas as mulheres, o que já prevê na Emenda da Constituição (PEC 30/07). Essa reivindicação garantiria a toda trabalhadora o direito de licença. Um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) está sendo formado, à pedido da ministra Nilcéa Freire, para organizar no serviço público federal, segundo site da Presidência da República, os pedidos de licença. Aí se percebe que o setor do funcionalismo público será fortemente atingido, assim como está organizado para receber a concessão do benefício, visto tal fato,
O presidente Lula sancionou a lei com dois vetos. Empresas pequenas, que pagam imposto de renda pelo simples, não terão direito a alívio fiscal porque já pagam menos tributos. O desconto no Imposto de Renda só vale para as grandes empresas. O outro veto torna obrigatório o recolhimento da contribuição previdenciária durante os seis meses de licença. Na iniciativa privada, cada empresário vai decidir se quer ou não dar a licença de seis meses para as funcionárias. O empregador que aderir vai ter desconto no Imposto de Renda.
Essa nova lei da licença-maternidade mostra-se limitada, já que a lei avança somente para as mulheres com emprego formal e as servidoras públicas, entretanto não responde às demandas da maioria das mulheres trabalhadoras do Brasil, pois muitas são as que trabalham na informalidade.

A licença de seis meses nas empresas privadas só vale a partir de 2010. No serviço público já pode ser concedida e já vem sendo em vários estados.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Infância perdida





Crianças trabalhando em um matadouro irregular no Rio Grande do Norte
ver notícia no Repórter Brasil

Lula diz que é preciso garantir acesso à educação a ricos e a pobres

Retirado do site Agência Brasil

Lula diz que é preciso garantir acesso à educação a ricos e a pobres

10 de Setembro de 2008
Lula diz que é preciso garantir acesso à educação a ricos e a pobres
Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (10) que pretende criar um novo paradigma para a educação brasileira. Lula disse que quer garantir a todas as pessoas, ricas ou pobres, o acesso ao ensino.

"O que nós queremos é que o filho do mais rico continue estudando, que o mais rico tenha uma boa escola, mas que o filho do mais pobre possa ter a mesma escola, a mesma oportunidade, a mesma qualidade de ensino."

Lula fez as declarações durante cerimônia de inauguração do campus local da Universidade Federal do Amazonas, em Coari, e da Unidade de Ensino Descentralizada, que fica no mesmo município e é ligada ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas.

O presidente disse que, além de Coari, serão inaugurados centros de ensino nas cidades amazonenses de Parintins e Tabatinga, entre outras. Lula também destacou que, apesar de as distâncias entre as cidades do estado serem grandes, é preciso ter consciência de que a educação precisa chegar a todos os jovens.

"Quando a gente sobrevoa de avião e vê uma centena de comunidades à beira do rio, precisamos ter consciência de que aquele jovem que mora à beira do rio, que nasce às margens do rio, tem tanto direito de cursar uma escola técnica ou uma universidade quanto aquele que nasce em berço de ouro na principal rua de São Paulo ou na principal rua de Manaus."

O campus local de Coari terá cursos de enfermagem, nutrição, fisioterapia, biotecnologia e licenciaturas em matemática e física e em química e biologia. Já a unidade tecnológica vai oferecer cursos nas áreas de edificações e de informática.

Nesta tarde, Lula visita as obras do Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, localizado a 282 quilômetros da capital amazonense.

terça-feira, setembro 09, 2008

das críticas e críticas


Recentemente ao ler diversos blogs e outros críticos na vasta
alternativa de mídias que temos li infelizes críticas que estavam
relacionadas à Fiscalização do Ministério do Trabalho, frente as
irregularidades encontradas no meio rural, como as condições de trabalho
dos rurais no país. Pelo site do Ministério do Trabalho é possível
acompanhar diversos noticiários acerca do resgate de inúmeros
trabalhadores e trabalhadoras rurais no país, que trabalhavam e viviam
em condições insalubres e de periculosidade, além de casos em que os
trabalhadores não percebiam salários, as medições da colheita eram
feitas à bel prazer dos interesses dos usineiros e produtores rurais,
além das precaridades dos transporte de trabalhadores. Dias destes (2),
no interior de Minas Gerais, mais um acidente envolveu trabalhadores e
trabalhadoras rurais do setor cafeeiro. Um caminhão que transportava 26
pessoas até a colheita de café no município de Piedade de Caratinga, na
Zona da Mata, perdeu o controle e se chocou com a traseira do outro.
Quatro passageiros morreram e 22 ficaram feridos. Entre os trabalhadores
com ferimentos, treze estavam em estado grave e foram levados para
hospitais da região e de Belo Horizonte. Segundo a Federação, os dois
veículos não eram adequados para o transporte de pessoas e estavam em
condições irregulares. Um dos motoristas não tinha habilitação para
transportar os passageiros e o outro estava com habilitação vencida.

Aí quando se lê críticos do atual Governo que insistem em martelar e
manter argumentos infelizes, dizendo que o Governo faz pouco e
"marketeia" o trabalho do MTE. E aqui não estou levantando bandeiras do
PT e nem do Lula, muito menos "descer a lenha" na política de
fiscalização que o MTE realiza. A proposta é acompanhar o trabalho, e
analisar o que a política do MTE vem perfazendo Brasil afora. Agora vir
dizer que o Governo não faz mais do que sua obrigação em fiscalizar e
punir as irregularidades encontradas nas relações laborais do campo é
não ter consciência do que foi feito, até por que se analizarmos o que
outras gestões federais realizaram neste setor veremos que foram
irrisórias diante dessa atual. É obvio que falta muito a ser feito,
tanto em termos de resgate de trabalhadores e trabalhadoras em situações
análogas à escravidão, quanto em fiscalização e punições aos
responsáveis que empregam os trabalhadores, e detém, majoritariamente, o
poder não só econômico mas também político no país.

Que o pontapé tenha sido iniciado com essa intensidade, no governo Lula,
e que seus sucessores se mobilizem para intensificar tal tarefa. Agora
infelizes são aquelas críticas que são esvaziadas de qualquer conteúdo
de bom senso, pois martelam em argumentos vazios. Todos sabemos da
imensidão de terras neste Brasil afora, e das condições precárias dos
trabalhadores e trabalhadoras rurais, desde épocas remotas. Se ainda
temos casos em que trabalhadores são equiparados a condições animalescas
o que teria ocorrido em tempos atrás, em que inexistia quaisquer tipos
de controle no campo?
A luta é grande. Há de se perceber que muito ainda tem de ser feito, mas
sem desmerecer o que vem sendo realizado nesse governo!
saudações
Cris

domingo, setembro 07, 2008

Contradiz a ação


Tô na América do Sul,
e daqui observo uma parte do todo
Aqui o vento desarruma o cabelo,
ao mesmo tempo em que faz bem.

O grito do homem não passa da garganta
o olhar da senhora permanece o mesmo
e o cotidiano surpreende sempre.


Aqui na América Latina o vento não é nada brando
por que o cotidiano não surpreende mais,
assim como o grito do homem é o mesmo
e o olhar da senhora faz muito bem.

E daqui eu observo uma boa parte de tudo.

quarta-feira, setembro 03, 2008

Salário do jovem brasileiro

Salário médio do jovem brasileiro aumentou 10,50%, mostra estudo da FGV
Valor Econômico 03/09/2008

O salário médio da população de 15 a 29 anos aumentou, em média, 10,5% por ano entre 2004 e 2008, de com acordo com estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e elaborado com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. "É um nível de crescimento chinês, que teve ajuda de programas sociais, ao contrário do que acontece no país asiático", afirmou Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

Em 2004, o jovem brasileiro recebia salário médio de R$ 277,73, que chegou a R$ 414,05 em abril deste ano. Neri disse que o aumento de ganho do jovem está atrelado ao maior nível de estudo. Há quatro anos, o brasileiro de 15 a 29 anos tinha, em média, 9,7 anos de estudos. Em abril deste ano, o tempo médio já chega a 10,4 anos. "O maior tempo de estudo explica o aumento da renda do jovem."

Neri argumenta que desde 1992 há um aumento substancial nos anos de estudo dos jovens entre 15 e 29 anos. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o estudo da FGV mostra que entre 1992 e 2006 houve aumento de 2,63% ao ano no tempo médio de estudo da população nessa faixa etária. A renda decorrente de todas as fontes, no entanto, subiu apenas 1,21% ao ano no período. "O aumento dos anos de estudo não se refletiu em crescimento dos rendimentos. Mas a partir de 2004 esse quadro mudou", ressalta Neri.

Entre 2004 e 2008, os anos de estudo subiram, em média, 2,74% ao ano, ao passo que as rendas de todas as fontes cresceram 7,90% ao ano. "A pesquisa mostra que, dos últimos 16 anos, os 12 primeiros anos foram anos de estagnação trabalhista, quando o jovem estava indo muito mais à escola, investindo no seu futuro, embora não estivesse colhendo esse resultado no mercado de trabalho. De 2004 em diante a cena muda, e o jovem continua investindo em educação, mas começa a colher resultados", ressalta Neri.

Ele atribui a essa melhora parte da expectativa positiva do jovem em relação aos próximos cinco anos, detectada pelo Índice de Felicidade Futura (IFF), medido no país pela FGV e em outros 131 países pelo Gallup World Poll.

Os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos são os que demonstram maior expectativa de felicidade nos próximos cinco anos, de acordo com o índice divulgado ontem. A pontuação dos brasileiros atingiu 9,29 pontos. A vice-liderança ficou com os jovens dos Estados Unidos (9,11 pontos). A expectativa futura contrasta com a felicidade atual, quesito em que o Brasil aparece apenas no 23º lugar, com 6,64 pontos. Entre os jovens, a felicidade presente alcançou 6,77 pontos, o que colocou o país na 53ª posição.

"A pesquisa mostra que o dado sobre otimismo em relação ao futuro surpreende, mas os últimos quatro anos dão margem para a idéia de que o Brasil melhorou e que o país, pelo investimento em educação que já aconteceu, pode melhorar no futuro", diz Neri. (Agências noticiosas)



Jovens, estudo e trabalho, segundo IBGE

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2004, entre 1993 e 2003, aumentou de 40,7% para 60,9% o número de adolescentes entre 15 e 17 anos de idade que tinham o estudo como atividade exclusiva. Porém, nas faixas etárias seguintes a vantagem de somente estudar ainda é uma realidade para poucos. Assim, 30,4% dos jovens de 18 e 19 anos de idade e 11,7% dos que têm entre 20 e 24 anos apenas estudam.
Segue link do quadro de análise (já que não consegui inserir aqui).
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/index.htm



Se observamos a última coluna do quadro acima perceberemos que dentre os jovens que "só trabalham" a porcentagem é de praticamente 48%, e em relação aos que estudam o percentual cai para 12%, praticamente. Uma discrepância de valores que nem é ao menos amenizada pelo outro fator "trabalha e estuda", que tem 15% entre os jovens de 20 a 24 anos. Se a análise partir do estudo da FGV veremos que dentre os jovens que só trabalhavam em 2004, os mesmos recebiam R$ 277,73 de salário, e que hoje encontra-se no patamar de R$ 414,05. Um sutil aumento de 10,50%, isso sem considerar as perdas inflacionárias do período. Também é importante salientar que mesmo com um crescimento minúsculo do salário médio entre os jovens o texto do Valor econômico salienta que existe um grau de felicidade associado a esse cresciemnto. Mas é importante pontuar aqui que a educação ainda é fator preponderante na sociedade. Sem im investimento pesado e maciço na área educacional, tanto no ensino básico, fundamental, médio e superior, não se pode vislumbrar um crescimento contínuo e de qualidade. Qualidade, por que investimento em educação não se resume somente ao investimento em construção de prédios escolares, mas em capacitação ao professor, em aumento do salário e valorização da profissão. Isso tudo somado a uma cultura que não tende a ver a escola como uma prisão de delinqüêntes, como se observa nas periferias das grandes cidades, mas sim num ambiente que seja cultivado como uma continuação do lar. Utópico não é!!! Trata-se de um investimento à longo prazo, mas que trará frutos de qualidade para a sociedade brasileira.

contador gratis