domingo, agosto 30, 2009

o trabalhador pagou mais uma vez a conta


Há algum tempo publiquei aqui alguns textos que faziam menção ao exagero do setor patronal em meio ao cenário de crise financeira mundial quanto ao número elevado de demissões, e hoje, lendo um artigo do site UOL percebe-se que a tese foi corroborada. O próprio IPEA havia realizado uma pesquisa que apresentava dados em que os patrões demitiam com a justificativa de medo, e não de que a crise estava atingindo os setores produtivos no Brasil. Ou seja, milhares de trabalhadores e suas famílias sofreram sérias consequências em suas vidas, ao verem seus pais, maridos e irmãos serem demitidos, enquanto o setor patronal, principalmente o setor industrial, hoje ganha fôlego e exagerou nas demissões.


" A indústria brasileira pode ter exagerado ao cortar mais de 580 mil postos de trabalho de novembro a março, prevendo um cenário que acabou não se concretizando. A produção aumentou todos os meses do primeiro semestre deste ano, mas as vagas fechadas no primeiro trimestre ainda não foram reocupadas."


Hoje se diz que a crise está no fim, enquanto que para os industriais o clima é de euforia; num mesmo ano em que, segundo dados do IBGE e do Ministério do Trabalho, o semestre terminou com 63 mil empregos a menos que em dezembro (queda de 0,64%), enquanto a produção das empresas subiu 16% no mesmo período.


E na mesma matéria do Uol alguns tentam "livrar a barra" do patronato, enquanto quem pagou o pato foi a classe trabalhadora, a mesma que viu seu salário ser aniqulado, seus direitos sociais e trabalhistas serem diminuidos, enquanto que milhares de cortadores de cana foram reduzidos nas usinas do país. Aqui faço menção a essa classe pois esse segmento é formalmente considerado trabalhador da indústria, uma vez que são empregados das usinas.


É diante de um possível final de ciclo de crise no sistema econômico que quem sai ganhando é o patrão, que apenas não viu seus lucros serem diminuídos, já que enxugou de um modo criminoso a sua mão-de-obra, e pressionou estrategicamente para a diminuição dos direitos do trabalhador, como agora retoma o segundo semestre de 2009, período pós-crise, com um fôlego maior diante do aumento nos lucros. A corda estourou do lado mais fraco mais uma vez e foi a mesma classe trabalhadora quem pagou a conta desastrosa do patronato! Até quando?

Cris Bibiano

Um comentário:

Lucas Santos disse...

Espero que esta crise dure o tempo suficiente para varrer do mapa os fundamentalistas de mercado.

Caso a economia mundial se recupere rapidamente, dirão que a intervenção do Estado na economia é válida somente nas crises; e voltaremos às políticas liberais (até o mundo quebrar pela terceira vez).

A propósito, você é da Sociais tbm?

Legal teu blog! Eu tbm tenho um... vê lá =)

Bjus!


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