sexta-feira, junho 13, 2008

Os outros


É toda semana que tem uma notícia de trabalho degradante e exploração da mão-de-obra nesse país! Início dessa semana, crianças foram flagradas no Interior da Bahia, em condições sub-humanas, trabalhando por alguns restos de víceras, para levar para casa. Para quem viu algumas fotos que o site Repórter Brasil postou, é chocante! Hoje a manchete é na pecuária leiteira, no estado do Pará. Além das precárias condições, a Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho flagrou 18 pessoas numa fazenda, em condições degradantes, e dentre elas um jovem de 15 anos. Segundo os trabalhadores, o proprietário havia demitido e não havia pagado as verbas rescisórias e o aviso prévio. Impressionante que toda semana a fiscalização abaixa num canto desse país e pega algum tipo de exploração aos trabalhadores rurais. Aqui quero fazer uma breve observação:

É impossível conviver com essa realidade que tende sempre a tragar as forças de trabalho, em prol de interesses econômicos que desrespeitam legislações trabalhistas e ambientais.

Temos uma agenda que pauta a fiscalização do trabalho, e essas ações são constantes por parte do Ministério do Trabalho, mas também quero ver, nesse Brasil, ações duras, que penalizem nesse meio. Todo dia se flagra algum proprietário se beneficiando de brechas legislativas, coagindo os trabalhadores e trabalhadoras à praticas de trabalho sub-humanas, entretanto pouco se vê de ações que penalizem tais responsáveis.


Todos sabemos da imensidão territorial desse país e da complexidade de culturas agrícolas existentes. Por que agora com o foco no etanol se fala muito em cana, mas não se pode anistiar as outras áreas em detrimento de interesses econômicos. Aqui chamo atenção ao foco principal que o Ministério do Trabalho dá aos trabalhadores canavieiros. É claro que a fiscalização deve prosseguir, mas a minha preocupação gira em torno desse único setor. Não se deve abandonar outras culturas agrícolas em prol dos interesses capitais do setor sucroalcooleiro, mais especificamente do etanol.
Até por que temos carvão, no Pará, leite, gado, milho e outras culturas mais espalhadas por aí. Principalmente por que a Anistia Internacional está acompanhando os trabalhadores e trabalhadoras rurais, do setor da cana-de-acúcar. A preocupação deve existir, mas sem deixar de lado outros ramos da agricultura, que são tão explorados quanto os canavieiros, mas que, infelizmente, não são ouvidos nesses diversos cantos do país.

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