sexta-feira, março 20, 2009

crise


Aconteceu dia 12 de março, no auditório do Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços) a divulgação do Balanço dos Reajustes das Negociações do DIEESE em 2008, no qual contou com a presença das centrais sindicais (CUT, CGTB, Conlutas, CTB, Força Sindical, NCST e UGT) e de aproximadamente 80 pessoas, além da cobertura por 15 veículos de imprensa.

Além a apresentação dos dados, um outro momento relevante do encontro foi percebido nas falas dos representantes das centrais sindicais. A crise econômica foi o tema que centralizou e norteou o debate. A seguinte questão era: Em como as centrais iriam se engajar, na capacidade de enfrentamento do trabalho diante da crise econômica, ou seja, numa preocupação de manutenção das conquistas do movimento sindical diante das pressões do mercado, como na flexiblixação, o rebaixamento dos salários, as demissões em massa, assim como a retirada dos direitos dos trabalhadores.

O grande foco das centrais está nos esforços das campanhas salariais. Reivindica-se que o recurso do BNDS chegue à micro e pequena, já que é o principal gargalo, segundo Pahat. A reivindicação completa-se com uma crítica à chantagem do empresariado para flexibilizar as leis trabalhistas, diante da crise, pois o comércio não está em crise, segundo Pahat.
Se o mesmo não foi afetado pela crise, por que vendeu mais no primeiro trimestre de 2009, do que no ano anterior (2008), então por que flexibilizar, rebaixando os salários da classe trabalhadora? Percebe-se que há todo um discurso do empresariado de que a crise existe e abalou o Brasil. Se ela está instaurada no país, é preciso perceber sua intensidade, em relação ao restante do mundo. Produzir um discurso sensacionalista e demitir funcionários por receio do mercado é inadmissível, como vem sendo feito por um grupo de capitalistas. Essa multiformidade que é uma característica da pós modernidade, nas relações de labor, tende a precarizar o trabalho, tanto para os trabalhadores, quanto para os não-trabalhadores, pois quando se impera esse discurso de "crise instaurada", ou seja, essa fatídico destino para a classe de trabalhadores no país, tende a gerar um sentimento geral de insegurança e desistitucionalização social. As pessoas acabam aceitando determinados tipos de trabalhos precarizados, por que se o sistema encontra-se em "possível colapso", elas acham melhor estarem trabalhando em determinads condições do que estarem desempregadas. Esse rebaixamento de condições de trabalho subtrai as conquistas históricas da categoria. Ou seja, por causa de uma possível crise financeira no país, trabalhadores, pais de família, se submeterão a condições adversas, em comparação ao momento anterior de não-crise, para proverem sua subsistência e a de suas famílias, enquanto que o lucro do mercado se matém, ou muitas vezes é superior, como registrado no setor de comércios (vide acima).
Esse é o ponto central da crítica. Critica-se esse discurso do empresariado, que faz o alarde para desestabilizar e flexibilzar as relações e as condições dos trabalhadores e trabalhadoras no país. Aqui não estou levantando bandeiras e dizendo que o país não está e vive na crise econômica-financeira, mas deve-se prestar atenção à intensidade dessa crise no Brasil com o restante do mundo. Aqui o contexto é distinto.

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